segunda-feira, 7 de julho de 2014

Vai saudade

ó saudade que me aperta o peito
me cala a voz
meu peito para

Vai pra longe e leva contigo a tristeza
que acinzenta o dia e
com maestria afasta a bonança

Nestes dias em que a esperança fica miudinha
fica também tristinha
em me ver esquecê-la
Faz tua parte e me deixa quieto
que sozinho eu enxergo logo logo tua vida curta

Vida curta essa, que nem tão curtinha
que dura mais que podia
quase vai sem pressa

Pra ti também passa o tempo
Vais servir de alimento, adubar a terra e soprar o vento
Que a tua vida leva.


Porto Alegre, tarde de 07 de julho de 2014.

Rabiscos

Descubro em eus rabiscados cadernos bilhetes teus
Falando de amor, de bom tempo, de harmonia, de real felicidade

Escreves mas nao assinas embaixo
Sera falta de cortagem eu de "compasso"
Queres que eu adivinhe teu nome, endereço e telefone?
Queres que eu rabisque um caderno ainda virgem, que eu o preencha de cabo a rabo
Com bilhetes meus falando de amor, tesao e sexo
Ou preferes que te escreva, assine, date e carimbe
Coloque todo meu peito com o coraçao em anexo?

Porto Alegre, tarde de 07 de julho de 2014.

sábado, 21 de junho de 2014

Sopa de Letrinhas

Bela bela bela minha
Tenho medo que em algum dia desses
Teus belos olhos se transformem em uma sopa de letrinhas.

Morro Reuter, tarde de 19 de junho de 2014.

Em homenagem a dama que sorve o mundo pelos olhos atraves dos livros.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Dos dias no Morro

Aqui onde eu estou vejo a nuvem chegar, 
Ela, de mansinho, me envolve
Envolve também o campo, a árvore, o bicho
Estrondosa ou calmamente se ergue
Deixa-nos um banho de pureza
E se vai, se vai, vai.

Rodrigo Soares Rodrigues, tarde de 17 de abril de 2014
Morro Reuter - Rio Grande do Sul

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sou Eu (Luanne)

Sou Eu (Luanne)
Moacir Santos / Nei Lopes

Se um clarão lilás te banhar de luz
não te acanhes não, sou eu
Se uma estranha paz te vestir de azul
nao te espantes não, sou eu

Se descer dos céus o dragão lunar
manda me chamar pelo amor de Deus
pois teu anjo bom
teu ogum ege
teu alá bedé sou

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Lições dos dias de chuva

Dias de chuva normalmente me chateiam.
A falta da luz do sol, a terra molhada, a falta do canto dos pássaros, os sons da cidade que mudam, tudo é diferente.
Ao mesmo tempo que chateia me faz perceptivo a outras coisas que passariam sem eu prestar muita atenção.
Agora, por exemplo, parei o estudo o trabalho e presto atenção a cada gestinho dela, enquanto escrevo.
Ela tem as mãozinhas pequeninas, é baixinha, deve estar até meio gripada mas é linda.
Ela prepara o almoço, eu escrevo.
O jeito com que ela escolhe cada ingrediente é encantador.
Só, absorvida por seus pensamentos, vai enchendo a casa de perfumes.
Escolhe a couve-flor e a corta em pedacinhos pequenos.
Tempera o feijão, me serve um mate.
Eu aqui, só, absorvido em projetos, formas, texturas e preços das coisas e serviços.
Compartilhamos dias de chuva, de sol, ventos fortes e brisas; dias de saudades e esperanças.
Ela é linda, com suas mãos pequeninas, baixinha e é dona de um coração que não cabe no peito.
Tranquilas, calmas e cheias de amor, as duas, ela e a chuva, logo trarão a bonança.


Rodrigo Soares Rodrigues, manhã do dia 26 de agosto de 2013, Novo Hamburgo.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A espera

A notícia que não chega corta tanto quanto o vento do inverno
Frio, insípido, incolor-e-cinzento
Sofá é companheiro, cais
Ela, longe, não dá sinal
Eu, conectando esperando...
Ela busca outros horizontes, não sei se para mais perto ou mais longe de mim, talvez infinitamente distante
Ah coração, quanto tempo demoraste para ganhar forças, destruir muros, barreiras
Ah coração, tu que te abriu, reluziu, te encheu de luz e calor, driblou a razão
Ah coração, tu que agora sofres, apertado com o cachecol de lã que não aquece
Ah coração, tu que agora espera espera espera
Quiçá te abrirás de novo, sentirá, emanará luz e calor
Essa dúvida da relação espaço-tempo-sentimento
Para tantas relações de afeto, amor, amizade essa relação não importa, se liquefaz
Para o amor que se quer sentir na carne, arder em brasa, será possível?
Será que a distância congelará tua luz, teu calor, tua conexão?
O som do piano, do teclado do computador, nada mais
Quase ouço o telefone tocando, serias tu, meu amor, me chamando?
Não chamas
Te vais
Longe de mim
Distante de mim
Te quero aqui, agora
Sinto que fiz grande acerto em apostar nesse amor
Me fez um homem melhor, mais presente, mais calmo e tranquilo
O sino da igreja dobra, gente que passa na rua,
Só não passa essa angústia, essa dor, estação de frio, 
Talvez seja um indício, pista com som de "vai te acostumando"
Aqui ao meu lado, ninguém
Nem tu, nem mesmo eu, nem, nem, nem...

Rodrigo Soares Rodrigues, Novo Hamburgo, tarde de 19 de julho de 2013.