sexta-feira, 19 de julho de 2013

A espera

A notícia que não chega corta tanto quanto o vento do inverno
Frio, insípido, incolor-e-cinzento
Sofá é companheiro, cais
Ela, longe, não dá sinal
Eu, conectando esperando...
Ela busca outros horizontes, não sei se para mais perto ou mais longe de mim, talvez infinitamente distante
Ah coração, quanto tempo demoraste para ganhar forças, destruir muros, barreiras
Ah coração, tu que te abriu, reluziu, te encheu de luz e calor, driblou a razão
Ah coração, tu que agora sofres, apertado com o cachecol de lã que não aquece
Ah coração, tu que agora espera espera espera
Quiçá te abrirás de novo, sentirá, emanará luz e calor
Essa dúvida da relação espaço-tempo-sentimento
Para tantas relações de afeto, amor, amizade essa relação não importa, se liquefaz
Para o amor que se quer sentir na carne, arder em brasa, será possível?
Será que a distância congelará tua luz, teu calor, tua conexão?
O som do piano, do teclado do computador, nada mais
Quase ouço o telefone tocando, serias tu, meu amor, me chamando?
Não chamas
Te vais
Longe de mim
Distante de mim
Te quero aqui, agora
Sinto que fiz grande acerto em apostar nesse amor
Me fez um homem melhor, mais presente, mais calmo e tranquilo
O sino da igreja dobra, gente que passa na rua,
Só não passa essa angústia, essa dor, estação de frio, 
Talvez seja um indício, pista com som de "vai te acostumando"
Aqui ao meu lado, ninguém
Nem tu, nem mesmo eu, nem, nem, nem...

Rodrigo Soares Rodrigues, Novo Hamburgo, tarde de 19 de julho de 2013.

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