segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Lições dos dias de chuva

Dias de chuva normalmente me chateiam.
A falta da luz do sol, a terra molhada, a falta do canto dos pássaros, os sons da cidade que mudam, tudo é diferente.
Ao mesmo tempo que chateia me faz perceptivo a outras coisas que passariam sem eu prestar muita atenção.
Agora, por exemplo, parei o estudo o trabalho e presto atenção a cada gestinho dela, enquanto escrevo.
Ela tem as mãozinhas pequeninas, é baixinha, deve estar até meio gripada mas é linda.
Ela prepara o almoço, eu escrevo.
O jeito com que ela escolhe cada ingrediente é encantador.
Só, absorvida por seus pensamentos, vai enchendo a casa de perfumes.
Escolhe a couve-flor e a corta em pedacinhos pequenos.
Tempera o feijão, me serve um mate.
Eu aqui, só, absorvido em projetos, formas, texturas e preços das coisas e serviços.
Compartilhamos dias de chuva, de sol, ventos fortes e brisas; dias de saudades e esperanças.
Ela é linda, com suas mãos pequeninas, baixinha e é dona de um coração que não cabe no peito.
Tranquilas, calmas e cheias de amor, as duas, ela e a chuva, logo trarão a bonança.


Rodrigo Soares Rodrigues, manhã do dia 26 de agosto de 2013, Novo Hamburgo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário